Os métodos eletromagnéticos aplicados à exploração de petróleo no fundo do mar são usados como auxiliares à sísmica para a diminuição do risco exploratório, uma vez que a resistividade elétrica, que é a propriedade física relacionada aos dados E.M., pode ser correlacionada com os fluidos que preenchem os poros das rochas, o que pode permitir a detecção direta dos fluidos que tornam as rochas mais resistivas dentro do ambiente altamente condutivo sob o oceano. Por essa razão, os métodos marine controlled source electomagnetic (mCSEM) e marine magnetotelluric (mMT) tem despertado grande interesse na indústria do petróleo, conforme as descobertas de campos importantes são feitas em águas cada vez mais profundas.

Nestes últimos cinco anos tem havido grande progresso com relação ao desenvolvimento de modelagem e inversão de dados eletromagnéticos marinhos usando, principalmente, o método das equações integrais. Alguns avanços também têm sido alcançados com a modelagem por elementos finitos. Na UFPA, uma tese de doutorado já foi concluída sobre o assunto: Victor Cezar T. de Souza, defendeu em 2007 sua tese de doutorado intitulada “Modelagem 3-D de dados de mCSEM com Computação Paralela” usando elementos finitos. No momento, a inversão 2.5-D e 3-D por elementos finitos ainda não é um processo muito prático. Do ponto de vista computacional, o algoritmo das equações integrais é mais eficiente do que o dos elementos finitos quando aplicado a modelos relativamente simples. Em contrapartida, efeitos importantes como os devidos à batimetria tornam-se extremamente difíceis de serem analisados pelo método das equações integrais, enquanto o método dos elementos finitos, por sua própria essência, se adapta muito bem a modelos complexos, incluindo a batimetria e reservatórios de geometria irregular.

A modelagem e a inversão de dados eletromagnéticos em ambientes tri-dimensionais são tarefas que requerem computação em grande escala. O novo paradigma para esta área é o uso da tecnologia de processamento paralelo. Por isso, a ênfase nesta linha de pesquisa é dominar as técnicas para a computação paralela, de modo a tornar o processamento de dados eletromagnéticos útil para a indústria.

A participação do grupo de modelagem eletromagnética da UFPA no INGP será uma excelente oportunidade para a consolidação de um grupo nacional especializado nesta área tecnológica de exploração de petróleo. A hora é agora, enquanto as tecnologias mCSEM e mMT estão ainda no início. Dentro de alguns anos será muito mais difícil alcançar o estado da arte destas tecnologias que estão em pleno desenvolvimento no cenário internacional.