Pesquisa

Aumento da resolução do sinal sísmico

O sinal sísmico perde resolução com o aumento da profundidade dos refletores. Melhorar a resolução das seções sísmicas associadas a alvos profundos, a exemplo do pré-sal, representa um importante objetivo da exploração de petróleo em águas profundas. O método clássico de filtragem é conhecido como deconvolução de Wiener-Levinson que utiliza as premissas que o pulso é de fase mínima e a função refletividade é aleatória. Premissas que não são normalmente obedecidas. Recentemente, (Melo, 2006) desenvolveu um novo método de deconvolução iterativa que fornece resultados melhores que o método convencional. Este método dá excelentes resultados nas situações onde o método de Wiener-Levinson falha, conforme ilustra a Figura 1. Nota-se que a refletividade é recuperada mesmo quando as premissas de WL são violadas.

A Figura 2 mostra resultados utilizando um traço sísmico real. De modo análogo observa-se a maior resolução obtida com o novo método especialmente nos tempos mais avançados onde o traço sísmico original perdeu as altas freqüências. De modo similar ao exemplo sintético da Figura 1, o aumento da resolução é notável, comparado ao método convencional, especialmente no intervalo 4-6 s.

O novo método de deconvolução precisa ser testado e validado utilizando-se dados sísmicos reais de levantamentos terrestres e marítimos. É, pois importante que se investigue quais os benefícios e limitações desse novo método para a filtragem de dados pré e pós-empilhamento. Os resultados promissores sugerem a continuidade dos estudos visando sua extensão para a forma multicanal. Ainda nesta linha de pesquisa outros métodos de filtragem estão em curso no CPGG-UFBA e na CPGf-UFPA.

Figura 1 – Resultados da filtragem convencional e resultados obtidos com o método de deconvolução iterativa (Melo, 2006). Pulso sísmico de fase mista em (a); refletividade pseudoaleatória em (b); traço sísmico sintético em (c); resultado da deconvolução de Wiener-Levinson em (d) e resultado da deconvolução iterativa em (e).

Figura 2 – Traço sísmico marítimo em (a). Resultado da deconvolução clássica de WL em (b) e resultados da deconvolução iterativa em (c).